As tendências ESG deixaram de ser uma discussão restrita a grandes corporações para se tornarem um movimento irreversível em todos os setores. Nos próximos anos essas tendências se consolidarão como diretrizes obrigatórias para empresas, instituições de ensino, organizações do terceiro setor e órgãos governamentais.
Adaptar-se às tendências e práticas ESG não é mais uma escolha estratégica é uma condição essencial para a sustentabilidade, a reputação e a sobrevivência institucional. Isso significa mudar a forma como se pensa o impacto ambiental, as relações sociais e a gestão interna.
Neste artigo, reunimos as 6 principais tendências de ESG para empresas que desejam se manter relevantes, sustentáveis e competitivas entre 2025-2026 e além.
Sumário
O que é ESG e por que ele é fundamental hoje
A sigla ESG se refere a três pilares fundamentais:
- Ambiental (E): uso de recursos naturais, emissões, resíduos, eficiência energética e impacto ambiental.
- Social (S): relações de trabalho, diversidade, direitos humanos, impacto nas comunidades.
- Governança (G): ética, conformidade, transparência, estrutura de liderança, accountability.
Esses pilares se tornaram parte essencial da estratégia empresarial, conectando diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Empresas que adotam ESG de forma consistente são mais preparadas para lidar com riscos, atrair talentos, ganhar a confiança do mercado e acessar investimentos.
Tendências ESG para empresas em 2025 e 2026
1. Fortalecimento da governança e da transparência corporativa
A governança corporativa ganha ainda mais destaque como base da estratégia ESG. A tendência é que empresas aprimorem suas estruturas de tomada de decisão, com conselhos mais diversos, lideranças capacitadas e mecanismos de transparência ativa.
A publicação de relatórios ESG auditáveis, alinhados a padrões como GRI e SASB, e a criação de comitês internos de ética e sustentabilidade, serão cada vez mais comuns. A governança forte passa a ser vista não apenas como obrigatória, mas como fator de valor de mercado.
2. Adoção de tecnologias para monitoramento e relatórios ESG
O uso de inteligência artificial, big data, blockchain e automação entrará de vez no universo ESG. As empresas vão usar essas tecnologias para:
- Monitorar emissões e impactos ambientais em tempo real;
- Automatizar a coleta de dados sociais e de governança;
- Garantir rastreabilidade na cadeia de valor;
- Produzir relatórios mais precisos e acessíveis.
A tecnologia, nesse contexto, é aliada da eficiência, da segurança da informação e da conformidade regulatória.
3. Combate ao greenwashing e maior rigor regulatório
Com a popularização do ESG, aumentou também o número de empresas que usam o discurso ambiental ou social sem ter práticas concretas. De 2025 em diante, o combate ao greenwashing se intensificará, com:
- Agências reguladoras exigindo comprovação de dados ESG;
- Multas e sanções para propaganda enganosa;
- Crescimento de certificações independentes e auditorias.
Empresas serão avaliadas não só pelo que dizem, mas pelo que fazem — e conseguem demonstrar.

4. Valorização de diversidade, inclusão e bem-estar dos colaboradores
O pilar social ganhará ainda mais protagonismo, com foco em relações de trabalho saudáveis, justas e inclusivas. Temas como segurança psicológica, equidade salarial, acesso a benefícios e flexibilização de jornada estarão no centro das estratégias.
A diversidade passa a ser encarada não apenas como questão de justiça social, mas como elemento de inovação, produtividade e reputação organizacional. Um dos aspectos mais relevantes nesse contexto é a liderança feminina.
Estudos mostram que empresas com liderança feminina tem melhores resultados no índice ESG. Isso porque elas promovem ambientes mais diversos, inclusivos e criativos. Valorizar a presença feminina em posições estratégicas será uma prática fortemente associada à maturidade social das empresas.
5. Sustentabilidade na cadeia de valor e economia circular
O ESG não se limita à sede da empresa. Ele se estende por toda a sua cadeia de suprimentos, o que exige acordos com fornecedores comprometidos com boas práticas socioambientais.
Nos próximos anos, crescerá o uso de critérios ESG para escolha de parceiros, além da exigência de relatórios compartilhados e planos conjuntos de sustentabilidade.
A economia circular também ganha força: empresas passarão a redesenhar produtos e processos para evitar desperdícios, aumentar a reutilização de materiais e reduzir sua pegada de carbono.
6. ESG como critério para acesso a crédito, investidores e reputação
ESG passará a ser, cada vez mais, um critério decisivo para:
- Receber financiamentos de bancos e organismos internacionais;
- Participar de editais e licitações;
- Atrair investimentos privados e institucionais;
- Fortalecer a reputação e o valor de marca.
Empresas com boas práticas ESG têm risco reduzido e maior previsibilidade, e por isso são mais atrativas para o mercado.
ESG na educação: desafios e oportunidades
A educação tem um papel fundamental na transição para um futuro mais sustentável. No entanto, muitas instituições de ensino superior (IES) ainda lutam para integrar os princípios ESG em suas estratégias e operações.
Sustentabilidade institucional
Para uma instituição de ensino, a sustentabilidade institucional vai além do prédio e dos programas de reciclagem. Envolve a gestão de resíduos, o uso eficiente de energia e água, a aquisição de produtos de forma ética e a construção de infraestruturas verdes.
Mas também abrange o pilar social, com a inclusão de todos os estudantes e colaboradores, a garantia de um ambiente de aprendizado seguro e justo, e a promoção da saúde mental. A governança, por sua vez, exige transparência na gestão, canais de ouvidoria eficientes e a participação da comunidade acadêmica nas decisões.
Indicadores e métricas para IES
Medir o impacto ESG é o maior desafio. As IES precisam definir indicadores claros e específicos para cada pilar.
- Ambiental: Medir a pegada de carbono do campus, a taxa de reciclagem e o consumo de água por aluno.
- Social: Avaliar a diversidade no corpo docente e discente, a satisfação dos alunos, as horas de voluntariado e o impacto dos projetos de extensão na comunidade.
- Governança: Acompanhar a composição do conselho, a clareza dos processos de licitação e a frequência de relatórios de transparência.
A adoção de indicadores robustos e auditáveis é crucial para as tendências ESG.
Integração ao currículo e à gestão
O maior potencial do ESG na educação é a sua integração no currículo e na gestão. A sustentabilidade deve deixar de ser uma disciplina optativa para se tornar uma lente através da qual todas as áreas do conhecimento são vistas.
Um curso de engenharia, por exemplo, deve abordar a sustentabilidade em projetos de construção civil e a administração deve tratar da gestão de empresas com foco em impacto positivo.
A integração à gestão significa alinhar a estratégia da IES com os princípios ESG, desde a matrícula até a captação de recursos.
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Como empresas podem se preparar para essas tendências
Para acompanhar essas mudanças, é fundamental que as empresas:
- Façam um diagnóstico realista de suas práticas atuais;
- Definam metas mensuráveis e indicadores claros;
- Engajem lideranças e stakeholders na construção de uma cultura ESG;
- Aprimorem sua comunicação e transparência, com relatórios periódicos e acessíveis;
- Invistam em capacitação interna sobre temas como diversidade, sustentabilidade, compliance e liderança responsável.
Exemplos e boas práticas ESG no Brasil
A implementação das tendências ESG já está em curso em diversas organizações brasileiras. Veja alguns exemplos:
Natura
A empresa é um case clássico em ESG no Brasil, com foco em carbono neutro, cadeia sustentável na Amazônia e empoderamento feminino.
Universidade de São Paulo (USP)
A USP tem projetos de sustentabilidade no campus, gestão eficiente de água e energia, e iniciativas de inclusão social no acesso ao ensino superior.
Grupo SER Educacional
Implementa iniciativas de responsabilidade social, projetos de inclusão e avaliações constantes de impactos ESG, com relatórios disponíveis ao público.
ESG como diferencial competitivo
Adotar as tendências ESG é uma forma de se destacar no mercado e garantir longevidade institucional.
Vejamos alguns diferenciais competitivos para quem incorpora tais princípios em sua estratégia:
Reputação e valor institucional
Organizações comprometidas com ESG ganham prestígio, atraem talentos e se destacam no mercado.
Captação de alunos, parcerias e investimentos
Instituições educacionais com estratégia ESG atraem estudantes engajados, parceiros estratégicos e investidores comprometidos com impacto positivo.
Vantagem de longo prazo
Mais do que uma tendência, o ESG é um caminho sem volta. Quem se adapta agora estará preparado para os desafios da próxima década.
Conclusão
As tendências ESG para 2025 e 2026 deixam claro que a sustentabilidade não é mais uma opção: é uma exigência para quem deseja perenidade, competitividade e relevância.
Empresas que se anteciparem às mudanças, com estratégia, inovação e compromisso, não apenas sobreviverão: serão protagonistas de um futuro mais justo, ambientalmente saudável e transparente.
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